sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Simplicidade e Tudo ...


Eu quero um poema simples
sem rodeios ou delongas
Sem mistérios e coisa do tipo

Quero um poema que se olhe
e entenda, que seja transparente
como vidro, como água, alma

Um poema risonho e brincalhão
que não busque resposta nem pergunta
poema não afetado, sincero

Poema feito jóia diamante
sem rima, sem metro, sem tamanho
sem dor, até, sem amor, só um poema

Quero só falar da simplicidade
de viver, de ver o desabrochar
dos botões de rosas na primavera

Só quero uns versos toscos
sobre amar ser bom, ser feliz
e simples, quero versos retos

Um poema ingênuo de si mesmo
quero palavras puras de sabor
de candura, de desprezo de si

Quero palavras sinceras sobre
tudo, e sobre nada, por que
alguma coisa seria demais

Quero poder falar dos copos
falar de óculos, de mesas
sem devaneios, sem rodeios

Não quero questionar nada
e talvez nem procurar, só
parar o mundo com as palavras

Quero o menos complexo
de si mesmo, do mundo, de tudo
Ah! Talvez nem queira coisa alguma

Mas, enfim, colho palavras no ar
e monto um poema como a alma pura
um poema sobre nada e coisa alguma
ou um poema sobre a verdade e doçura
Rafael Rabelo

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